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História da TQS: de 1984 a 2012, por Abram Belk.

Caros Colegas:

 

Aproveitando o gancho do nosso colega Dácio Carvalho a respeito dos 5000 clientes, resgatei fotos antigas que acredito, fazem parte da história da TQS. São algumas curiosidades do tempo que trabalhei com o Nelson Covas na Intertec em São Paulo, empresa da Themag Engenharia, entre os anos de 1981 e 1985. A experiência desta época nos marcou profundamente e sem dúvida contribuiu para formar o que a TQS é hoje.

 

A Themag tinha escritórios em vários edifícios na região da av. Paulista. Esta foto e as próximas são do ano de 1984. A av. Paulista, projeto do grande arquiteto e vizinho Nadir Curi Mezerani, mudou pouco de lá pra cá, mas os carros… quanta diferença.

 

A Themag adquiriu computador com capacidade gráfica disponível para poucos na época. O objetivo era atender a projetos contratados de uma usina de reprocessamento de urânio em Vitória (ES), e de prospecção de petróleo da Paulipetro (SP). Projetos de Brasil grande que foram cancelados. O Nelson, que tinha grande experiência em projeto estrutural adquirida na Maubertec, enxergou longe e iniciou o desenvolvimento de um programa para dimensionamento, detalhamento e desenho de vigas de concreto armado neste equipamento.

 

O ponto de partida foi um programa de análise e dimensionamento de vigas, que ele tinha desenvolvido antes de trabalhar na Themag. O programa de vigas rodava em máquinas como esta:

 

Este era um microcomputador típico com sistema CP/M, processador Zilog Z80 (8 bits), 64Kb RAM e dois diskettes de 8″. Os primeiros que saíram custavam a bagatela de US$10.000. Há 30 anos, este computador era capaz de compilar programas usando Fortran Microsoft. O funcionamento era semelhante ao DOS, e cada diskette funcionava como uma pasta única, que podia armazenar vários projetos simultâneos.

 

Voltando ao computador da Themag, foi um grande privilégio nosso ter acesso a ele. Tratava-se de um minicomputador Digital PDP-11/23 com estação gráfica de trabalho (apenas um terminal) e software da Intergraph. Esta era a estação de trabalho:

 

 

Só esta estação Intergraph custava cerca de US$50.000 em 1981. Ela tinha monitores monocromáticos gêmeos com resolução 1280×1024, mesa digitalizadora 2A0 e um tablet com stylus, onde ficava o menu de comandos do Intergraph. A mesa era para digitalização de perfis de poços de petróleo. O software Intergraph evoluiu para o que é hoje o Bentley MicroStation, mas o formato dos arquivos DGN usados na época continua o mesmo, apenas expandiu.

 

Olhando o monitor de perto, veremos um desenho familiar:

 

 

Vejam que aparecem diagramas de cortante e de momento fletor (invertido), que eram ativados no desenho por critério. O prompt “DEFINE VIEW AREA” que aparece acima era para a operação de zoom. Este desenho de 1984 lembra os desenhos de hoje.

 

Os desenhos de vigas eram distribuídos em folhas com tabelas de ferros como hoje, e eram plotados neste plotter de pena:

 

 

Tratava-se do famoso Calcomp 960, que plotava 75cm/s com esferográfica ou 25cm/s com nanquim. Uma velocidade considerável, se ainda existissem plotters de pena. O desenho que estava sendo plotado acima era o da “Space Shuttle”, plotado sempre que vinham clientes potenciais da Themag para conhecer os avanços tecnológicos desta empresa.

 

Grandes engenheiros colaboraram conosco neste projeto e usaram desenhos plotados neste plotter, como os engs Cláudio e José de Luca, Eduardo Penteado, Claudinei Pinheiro Machado, Cesar Pereira Lopes, Carlos Franco e outros.

 

Tínhamos também à nossa disposição um plotter eletrostático Versatek, marca da Xerox, usado principalmente para impressão de mapas de prospecção de petróleo (mas podia também plotar vigas). Equivalia a uma impressora térmica, e podia plotar grandes rolos em formato grande rapidamente.

 

 

O minicomputador Digital PDP-11/23 era uma máquina popular na área de engenharia e ciências (A Digital posteriormente foi comprada pela Compaq que se fundiu com a HP). Com 1Mb de RAM, dois winchesters de 65Mb cada um e velocidade equivalente a um Pc de 4Mhz, era extremamente amigável. Seu sistema operacional RSX-11M+, serviu de base para o desenvolvimento do Unix. A linguagem do “Shell”, a “Indirect Command Language” era tão versátil, que o gerenciador do sistema de vigas que rodava na máquina foi inteiro escrito nela. O PDP-11 tinha também Fortran, que permitia o uso de toda a memória, em partições de 64Kb com overlays.

 

Nesta foto vemos os dois winchesters de 65Mb do PDP-11, e uma placa aceleradora de acesso a desenhos, criada pela Intergraph.

 

Além do terminal gráfico, tínhamos terminais comuns como este:

Este era um terminal Zenith padrão Digital VT52 que servia para editar e rodar programas. Se olharem com detalhe, verão a mensagem “Erro de processamento de tabela de ferros” – 3401. Parece uma mensagem familiar. Um pouco acima, uma identificação de projeto onde aparece a descrição “QS1:[11,142]3401.PRJ”. QS1: era o drive 1 (como C:), [11,142] era identificação de pasta, e 3401.PRJ era um arquivo de vigas, no mesmo formato de hoje.

 

Abaixo temos uma impressora Digital LA110 matricial de 9 pinos, com teclado e funcionava como um terminal que em vez de tela usava papel.

Esta era literalmente a “Console” do sistema, um terminal usado pelo administrador do computador e que registrava eventos em papel.

 

Na época foram desenvolvidos programas na linguagem “User Command” do Intergraph, que aceleravam o trabalho de edição de desenho de vigas. Existiam comandos diretos para alteração de atributos como bitola, quantidade de ferros, etc. Na foto, vemos um operador em edição típica de vigas.

 

 

A TQS (inicialmente TEQSIS) foi formada mais tarde, com o advento dos microcomputadores com capacidade e preço razoável, e o plano Cruzado que aqueceu a economia em 1986. Mas isto já é outra história…

 

Um abraço a todos

Abram – TQS

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